vento esquecido

de repente aquele vento perdido,

como se os segredos voltassem assim tão perto.

os pirilampos, luzindo na noite, os pães do sábado à tarde,

o leite natado.

Faz quarenta anos de silêncio, esse vento tão querido!

à beira doutra vida, tão feia e tão esquecido.

Que se ponham as mantas nas pernas, que se lembre o tempo.

Que se faça agora o café, se troquem beijos, se lembre o perdido.

Nesse trôpego passo se abre outro prazer,

a memória subindo ao trono, a saudade o nosso servo.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 04/06/2006
Código do texto: T169222