vento esquecido
de repente aquele vento perdido,
como se os segredos voltassem assim tão perto.
os pirilampos, luzindo na noite, os pães do sábado à tarde,
o leite natado.
Faz quarenta anos de silêncio, esse vento tão querido!
à beira doutra vida, tão feia e tão esquecido.
Que se ponham as mantas nas pernas, que se lembre o tempo.
Que se faça agora o café, se troquem beijos, se lembre o perdido.
Nesse trôpego passo se abre outro prazer,
a memória subindo ao trono, a saudade o nosso servo.