AMÉLIA

Nem sabia ela,

O rumo, destino.

Desceria da Serra

Pra ocupar a rua Pará.

Nessa nossa era

Quem dera

Ter mais de uma Amélia.

Não é pelo que dizia o poeta,

Nem é pelo que se comenta em versos

Ou prosas,

Mas pelo o que ela fez da sua história.

Ninguém pode negar;

Eis ai, sua prole,

Sua obra prima, para em cada passo divulgar.

Essa essência viva

De uma terra rica,

Que não tem senhor,

Mas tem amor para dar

Esse par de simplicidades,

Nem parece morar na idade.

É tão formosa,

Que a luz que chega das alturas

Não se vê capaz de abraçar.

Sua timidez resplandecente

Apascenta as idéias amargas

De gente, como as feministas,

Bem como edifica Marias,

Enciumando as flores.

Tanto que nessa noite pura,

Candeeiros a mesas,

Pessoas ao redor,

Sob as lembranças acesas,

Todos os sorrisos são iguais,

Para te felicitar.

E quando me recordo,

De vê-la à janela,

Não sei

Quais rosas são dignas

De te reverenciar.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 10/07/2009
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