AMÉLIA
Nem sabia ela,
O rumo, destino.
Desceria da Serra
Pra ocupar a rua Pará.
Nessa nossa era
Quem dera
Ter mais de uma Amélia.
Não é pelo que dizia o poeta,
Nem é pelo que se comenta em versos
Ou prosas,
Mas pelo o que ela fez da sua história.
Ninguém pode negar;
Eis ai, sua prole,
Sua obra prima, para em cada passo divulgar.
Essa essência viva
De uma terra rica,
Que não tem senhor,
Mas tem amor para dar
Esse par de simplicidades,
Nem parece morar na idade.
É tão formosa,
Que a luz que chega das alturas
Não se vê capaz de abraçar.
Sua timidez resplandecente
Apascenta as idéias amargas
De gente, como as feministas,
Bem como edifica Marias,
Enciumando as flores.
Tanto que nessa noite pura,
Candeeiros a mesas,
Pessoas ao redor,
Sob as lembranças acesas,
Todos os sorrisos são iguais,
Para te felicitar.
E quando me recordo,
De vê-la à janela,
Não sei
Quais rosas são dignas
De te reverenciar.