O egoísta
Sou eu o meu cruel algoz,
O carrasco da minha alma
Do meu espírito que não acalma,
Perdido vagando na escuridão
Amarrado as correntes da solidão,
Perseguido por minha própria voz.
Sou eu o dono da verdade,
Apontando o dedo para meu irmão
Querendo lhe indicar a direção,
Como se o rumo correto para mim
Devesse ser o dele enfim,
Mesmo contra sua vontade.
Sou eu o infinito do conhecimento,
O homem que tudo sabe
Que de soberba em si não cabe,
Aquele que não se importa
Quer apenas cerrar a porta
Do seu próprio sofrimento.
Hoje entendi que não sou o maquinista,
Nem controlo o rumo desta locomotiva
Da minha vida frágil e improdutiva,
E que nos caminhos desta jornada
Devo aprender que não serei nada,
Se não deixar de ser um egoísta.