MEUS DESEJOS 

Pudera eu, só, triste e calado, mais convicto
Com a força de uma correnteza oceânica
Simplesmente, em linhas de prosa ou poesia
Jorrar da dor um canto de acalanto.

Quisera saber contar a minha história
Mas, antes porém, mostrar ao mundo o meu medo
Dar-lhe como troféu, oferendas e muito riso
Meus muitos sonhos, minhas mãos e meu espírito.

Cantara eu, por cortesia ou vontade minha
Desde outros tempos, uma imaginação futura
Como pescador em busca da rede lançada
Sem peixes, mas fiel ao balanço das ondas.

Pensara eu, ser passageiro único da vida
Construindo castelos indefesos, janelas sem grades
Dormindo ao relento, sem cuidados ou rezas infalíveis
Comungando solitário uma primavera de flores

Pudera eu explicar com mais vigor
Essas coisas que me saem de repente
Essa vontade louca de dizer
Compartilhar, uma única emoção que seja.

Mas foi presente essa minha lembrança
Apenas escrever aquilo que a vontade manda
Sem buscar palavras ou uma única rima
Para ser fiel aos meus maiores desejos.
Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 05/06/2006
Reeditado em 05/06/2006
Código do texto: T169778