Taça de fel
Eu sorverei a amarga taça
Que tua mão assim oferece,
E tão cheia de amor parece
Enganas no que quer que faça.
Derramarei todo o meu pranto
No sagrado manto de Maria,
Para que o fantasma da noite fria
Não seja parte na melodia do meu canto.
Não dissipe minha dor o vento
Para que se vá e fique esquecida
Como poesia atirada ao relento,
Porque se desejas amargurar-me a vida
Ó mulher vil de desgraça parida,
Que Deus a demova do seu intento.