***BECO SEM SAÍDA***
Limpo a casa
lavo roupa suja
repasso dobras
reviro avesso
reviso prosa
atravesso rua
dobro esquina
encontro o mesmo
beco sem saída
do cheiro de cebola
da excesso de alho
da casca grossa
do doce de compota
da vista da janela
do badalar do sino
do tilintar do copo
do mesmo boteco
da pista acessa
da espera do avião
que não chega
da canção perdida
do tempo chuvoso
da hora da despedida
do frio gostoso
do calor macio
da coberta estampada
da toalha molhada
do cheiro de brisa
do creme dental
do roupão azul
do céu de abril
do chão de estrelas
da lua de prata
do pão fresquinho
do café quentinho
da fanta e da coca
sempre geladas
do amendoim crocante
do figo em barras
da vontade de ficar
tendo que ir embora...
Não tem jeito
ainda são teus
os versos meus...
Nikitita... a poetinha de Niterói