QUISERA

QUISERA

Quisera dissolver a forma

Perdida da fumaça

Que embaça o meu além.

Abrir a porta do tempo

E conversar com o amanhã.

Ouvir dos ventos as palavras que figurem

A eternidade do corpo que cai.

Quisera

Poder entardecer a manhã do hoje,

Para ver surgir a estrela perene

No poente gótico do existencial

Extramamente nu.

Quisera

Da metade o abraço

Seríamos um.

Quisera

Usar a luz dos seres

Para iluminar os rios nos vales.

Quisera que o climático sopro da vida

Envolvesse de refrigério

As almas nos ais de seus inversos néscios.

Quisera

O que quisera, o não querer.

Por certo os sonhos se ausentariam

E com os anjos eu viveria.

Jair Martins 17/08/06 00h00