Há um excessivo acúmulo dentro de mim
Há um excessivo acúmulo dentro de mim.
O sol escapando da boca que o devora,
e vai escoando pelos milímetros de essência
que há sobre o invisível olhar da natureza.
Não há nada que impeça a explosão
de meus cabelos, quando a larva salgada
derramar-se por meus olhos e conectar-se
com a inflamável epiderme que me cobre
e me mantém salvo.
Quando os versos estiverem todos
enjaulados, protegidos pela máquina
do tempo, então um mundo novo
surgirá e o veremos carregado
pelo colo de uma criança limpa,
que se lança sobre a grama
e sente o sabor, o cheiro
da maçã que logo cai com a chuva.
Por enquanto sou um terrível
jarro no canto da esquina de qualquer planeta,
talvez eu toque um blues
pra que entre o tempo e o espaço haja um sorriso
que não seja de escuridão.