Há um excessivo acúmulo dentro de mim

Há um excessivo acúmulo dentro de mim.

O sol escapando da boca que o devora,

e vai escoando pelos milímetros de essência

que há sobre o invisível olhar da natureza.

Não há nada que impeça a explosão

de meus cabelos, quando a larva salgada

derramar-se por meus olhos e conectar-se

com a inflamável epiderme que me cobre

e me mantém salvo.

Quando os versos estiverem todos

enjaulados, protegidos pela máquina

do tempo, então um mundo novo

surgirá e o veremos carregado

pelo colo de uma criança limpa,

que se lança sobre a grama

e sente o sabor, o cheiro

da maçã que logo cai com a chuva.

Por enquanto sou um terrível

jarro no canto da esquina de qualquer planeta,

talvez eu toque um blues

pra que entre o tempo e o espaço haja um sorriso

que não seja de escuridão.

Júlio Miguel
Enviado por Júlio Miguel em 17/07/2009
Código do texto: T1703813
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