Vento a favor
Vou a passos lentos
Seguindo meu destino,
Por tantas vezes repentino
Atirou-me ao relento,
Onde o tudo e o nada
Espreitavam na madrugada,
Ainda assim eu o seguia sem medos
Para descobrir os segredos
Escondidos no final desta jornada.
A brisa fria em meu rosto
Uma lágrima em meu olhar,
Partículas de poeiras pelo ar
Da terra na boca sentia o gosto,
Perdido estou como os filhos
Que feito vagões sem trilhos,
Procuram desesperados seus caminhos
Onde perderam os carinhos,
E sairam pelo mundo andarilhos.
Mas sorriu-me a sorte
Em uma mão estendida,
Acrescentou dias a minha vida
Que corria de encontro a morte,
Muito aprendi e aprendendo estou
Que nada é tudo quando nada sou,
Não devo apenas seguir o destino
Que me foi preparado desde menino
E que o próprio destino para mim traçou,
Mas durante a caminhada em passos lentos,
Nas asas da minha esperança
Com as garras da perseverança,
Sei que posso até mudar a direção dos ventos.