Estrangeira
Me descubro aventureira de uma vida
Mas de uma vida desfigurada
Que nunca foi, de fato, minha
Mas sempre esteve ali, esperando...
Sempre me neguei quanto ao meu querer
Ando tão alheia a mim...
Mas acho que sou esta, a alheia,
E não aquela, que não mais reconheço ser.
Estou perdia.
A cada segundo a confusão inunda
E abala o que me põe de pé.
Perco os pedaços mais essenciais;
Como será minha reconstrução?
Serei consertada com pedaços ilegítimos de mim.
Figuras forjadas, feitas para mascarar o que se perdeu.
Deus,
Em mim não sou mais nada!
Se ao menos fosse estranha a mim...
Saberia me reconhecer mais tarde.
O que eu sinto é o cansaço
De uma vida mal começada.