A Deus
É tanta hipocrisia
escondida em tantas alegrias
encobertas por tanta hipocrisia
que nem se tem como esconder - e nem teria porquê!
Haja alegria!
Fui, sou e sempre serei um romântico
e romântico no sentido mais romântico da palavra!
Um completo idiota metafísico
vivendo um eterno e ingênuo lirismo
de quem vive por não mais querer viver.
Haja romantismo!
Não mais suporto a ciência
e suas descobertas assombrosas,
nem a tecnologia
e seus avanços assombrados.
Sou muito mais minha sapiência,
minhas prosas
minha poesia
meus romances inacabados.
Sempre preferi o fantástico ao real,
a realidade é tão insípida, tão sem sal,
tão banal e racional!
Sou muito mais o surreal, o irreal
o a-real e o inreal e o pan-real e
todos os outros reais que não o verdadeiro!
Não que eu defenda a pura imaginação
a inanimação e a invenção,
apenas defendo o que é real
mas irrealmente posto
e surrealmente vivido
e desrealmente acreditado,
como um vício que não existe
e ainda assim te deixa viciado.
Coisa que não gosto é dizer adeus.
Não gosto não, não suporto!
E já que muito me importo,
delego a outra pessoa o encargo de
despedir-se: a Deus.