O Livro da Dor II – O ciúme.

A luz tornou-se o fusco, opaco lume;

O facho que acendeu na falsa chama

E brusco converteu na dor que ama

E o sonho feneceu como um perfume.

A luz que sucedeu se fez negrume

O amor envenenado fez-se drama

E seguiu enredado nesta trama

Tão cego e maltratado por ciúmes.

Tomado pela dor persiste o gesto

Tragado pelo amor, porém contesto

Esta causa sem trégua que é assim

Que persegue nas sombras pelos cantos

Que percebe já morto e, no entanto,

Quem vence é o rival que trago em mim!