Ausência

Amor, se te procuro com os olhos, não te vejo.

Mas estranha ausência a sua

Que mesmo na distância se faz presente

Que mesmo ao longe me acena descontente!

Não te procuro com os olhos.

Se porventura corro meus olhos ao redor, nada vejo.

A não ser esses tristes móveis que me acompanham

Melancolicamente no quarto silencioso.

Seus lábios, seios e pernas são

Para minha solidão errante como a ave inacessível

Que vi passando pela janela e que se perdeu

Na lamentação dos sinos

Ao cair da tarde.

Se te procuro com os olhos, nada encontro

E me vejo desamparado como os pescadores no mar distante.

Mas se te procuro com o coração

É como se estivesses presente

Tão presente que fere e punge

E vibra em minh'alma, de tal modo

Mas de tal modo inconseqüente

Que morro, delicadamente!

***

Alex Canuto de Melo
Enviado por Alex Canuto de Melo em 21/07/2009
Reeditado em 20/09/2009
Código do texto: T1712021
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