A MINHA TERRA

A MINHA TERRA

Minha terra tem giestas floridas.

Rudes pinhais e frondosos castanheiros,

Onde vegetam trigais, À sombra dos sobreiros

E, crescem o alecrim, e as margaridas.

Tem searas, que parecem espigas de ouro,

Serpenteadas como as ondas do mar.

Quando o vento sopra, então faz lembrar

Suas estradas, e o leito do rio Douro.

Tem o folclore em trajes de cores garridas.

Tem os cantares e a alegria das vindimas.

Os dialetos e as desgarradas em rimas

E, o rubor das moçoilas atrevidas!

Minha terra, tem os fadista de raça.

Amendoeiras floridas, oh! que beleza!

Como se por capricho a natureza

Quisesse, dar a Portugal tanta graça.

Tem zimbros, tem carrascos e fragas nuas.

Neve nas serras, no azul, a imensidade,

Na minha terra, mora minha saudade

Que, à noite em sonho perambula pelas ruas.

Na minha terra o branco do luar é mais branco.

As gotas do orvalho são frias geladas...

As terras ficam secas, e empedradas

Quando, as geadas brancas, cobrem o campo.

Minha terra, tem outeiros e castelos,

Tem penedos rendilhados e arribas,

Tem poetas, toureiros e escribas,

Tem heróis, tem santos e tem vitelos...

São Paulo,17/05/64

Armando A. C. Garcia

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 07/06/2006
Código do texto: T171260