LÍDIA

Aos meus olhos menina,

Das várias rosas da sala, em damas,

Tu és o esboço, em pessoa,

Da fina flor campesina,

Dessa terra filha de Minas.

Liturgia viva de uma paixão

Intermitente,

Que se esconde entre gentes,

Mais precisamente

Nas veias tênue de cada amanhecer.

Confesso, às vezes, me perder...

Na admiração da obra.

Quando inebriado

Pelo leve tom de tua voz gostosa;

Quando emaranhado pela leveza

Dos teus cabelos,

Sob a natureza plácida dos teus olhos castanhos.

Dou-me conta,

Quão formosa é a mulher!...

Que bela!...

Tão misteriosa é essa fera,

Uma natureza viva,

Que se esconde sob a devoção humana de mãe.

A formosura viva em curvas,

Em passadas largas e maliciosas.

Uma estação de desejos...

A expor o sentimento puro do seu coração.

Se não és um verso,

Com certeza,

Amiúde, em cada rua,

Que fizeste a tua história,

Deves ser um marco.

A arte de uma visão.

Cujo beijo, se não fora celebridade,

É a encarnação perfeita de um anjo

Noutra forma, sem existir na vida,

Qualquer versão.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 22/07/2009
Reeditado em 18/01/2013
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