VICIADOS PELA NOITE
Noir! Um copo, outro cigarro.
Só na solidão as lágrimas correm,
procurando acreditar em algo
eles agonizam dentro da noite,
mais preciso: dentro de um bar.
Não importa a realidade,
apenas sonhos e desilusões.
Noir! Mulheres passam em suas vidas,
casos mais curtos do que um gole,
mas que a música ao fundo faz lembrar.
Outra dose faz lembrar pedir,
talvez sair, fugir...outro lugar
onde não houvesse canções,
mas a mente continuaria aqui.
Noir! A polícia ronda a cidade
fazendo perguntas aqui e ali,
nenhum problema aparente,
porém alguém cuida de surgir.
Uma briga de repente começa,
não se sabe bem por quê.
É certo: o motivo nem está aqui.
Noir! A noite é uma quimera
que todos eles veneram
desde que romperam com o mundo,
e sabem o porquê...
pelo fato de não suportarem
a dependência de agradar
patrões, famílias e lares.
Noir! Um tiro dispara!
O silencia acalma o tropel,
vem então a agonia...
agoniza, agoniza, agonizava,
sorte ou azar? Não se sabe,
quem continuar vivo
continuará a vagar.
Outro gole, outro cigarro,
outra briga, outras desilusões,
outros tiros.
Fugiram da sociedade
para não encontrar a rotina,
vieram encontrá-la aqui, noir!
Noir! A noite é uma quimera
que todos eles veneram
desde que romperam com o mundo,
e sabem o porquê...
pelo fato de não suportarem
a dependência de agradar
patrões, famílias e lares.
1988