Borboleta...

Quando a alma

Ousa se vestir de sonhos

A nudez translúcida e singela

Fica aparente tornando o ser frágil...

Faz o despertar ser um soluço frio

Provocado pelos gélidos ventos da realidade.

Ventos... Que arrepiam e envergonham

A verdadeira face da alma

Então, nua, exposta e aflita

Ver-se quase morta

Atingida... Ferida profunda...

Necrosada, o sofrimento suporta

Enquanto ao seu redor

As aves de rapina

Esperam ansiosas, seus últimos suspiros...

Quando a alma se despe da insanidade

Surge tênue uma luz ao longe

Feito a lua, nua, a eclipsar, mulheres tantas...

Revelando nos olhos a perdida criança.

Inocentes no seu brilho tênue,

Insensata a despertar desejos...

No meu momento, rebrilha a lucidez ácida

Da certeza da ausência do afeto

Na fala, nos gestos...

Estou nua perante o mundo

Tendo o corpo açoitado

Pelas agruras do desamor...

Na verdade enclausurada estou,

Num mundo de sonhos a séculos...

Caiu o véu dos meus delírios

E meu lar adornado por lírios

Mostra a gora sua face desértica

Campo árido e sem vida

Meu coração...

Só me resta contar com a metamorfose

Na esperança da lagarta, quem sabe

Criar asas, se lançar num voou

E ocupar seu lugar nos ares.

Observadora
Enviado por Observadora em 22/07/2009
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