Sou eu! Sou eu!
Angélica T. Almstadter
Teu beijo venturoso na noite alta dos vencidos
Deixou aroma de mata virgem
Cheiro de cipreste selvagem
Nos meus lábios úmidos...adormecidos
Qual lembrança vaga dos açoites
Que verga as matas e sussurra docemente
Senti nos seios o pouso quente
Que em arrepios aguardei seguidas noites
Valoroso amante das horas escusas
Tremendo sob a luz das candeias
Abarca meu sono se por ele anseias
Dançando com as sombras difusas
Menestrel, que buscas em mim a musa
Na esquiva das horas solitárias
Abro as fendas das janelas imaginárias
E em ti assento minha vaga confusa
Sou eu, por quem suspiras doce amado
Acordada e imersa na tua magia
Aguardando calada, sou a que confia
Na alma da noite que me traz o teu pecado