DE UM PASSADO DISTANTE

DE UM PASSADO DISTANTE...

Das muitas coisas boas que trago na lembrança

Da minha juventude, adolescência e minha querida infância

Certamente é o cheiro gostoso do café de rapadura, passado na hora. Que gostosura!

Pelas mãos carinhosas de minha mãe ou da tia (quase mãe),era uma dádiva celeste .

Eram tantos os petiscos para acompanhar o café preto e de sabor inconfundível:

Bolo de fubá assado no fogão de lenha, com fogo por baixo

E por cima uma tampa cheia de brasa; o bolo assava por igual e ficava uma delícia.

Delícia que deixou na boca daquela criança e no adulto de hoje uma gostosa saudade.

E junto com o bolo, mais guloseimas se ajuntavam (não havia ainda o pão de queijo), mas o queijo por si só era inigualável; e também o que mais gosto ainda hoje: o biscoito frito. Insuperável, insubstituível, inesquecível; tinha cheiro e sabor de amor levado ao fogo.

De muito longe, das névoas de um passado distante, ou do meu inconsciente chega-me a voz: “Zezé, olha o biscoito frito!”

Biscoito frito não se pode ter pressa para comer: devagar é mais gostoso; lentamente vai sentindo o sabor, e quando acaba volta-se ao prato e gulosamente pega-se mais um, dois, três...

JOSÉ MERCES
Enviado por JOSÉ MERCES em 24/07/2009
Reeditado em 09/04/2012
Código do texto: T1717508
Classificação de conteúdo: seguro