Astrum

Pelas portas do olhar

Esperava a tarde inteira

Por qualquer coisa

Que fosse diferente

Daquilo que tencionava

E pensava em ondas

Flutuando no tempo

As vezes sentia-se

Areia ao vento

E ao compor-se

Só uma ampulheta vazia

Achava que o poema quebrara a perna

Já não andava na cabeça das pessoas

Poemas tão leves

Indo e vindo, velozes

E quando ainda rascunhos

Brisas já os carregavam

Formando, em algum lugar

Estrofes, que escapavam de suas mãos

E nas tardes mais cinzentas

Recebia e musicava

Versos escritos pelos

Punhos da imaginação

Ricardo Villa Verde
Enviado por Ricardo Villa Verde em 26/07/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1719995