Alguma coisa...

Alguma coisa

Eis o que sinto

De certa forma pelo que tenho visto

Emoção talvez

Solidão

A maior parte do tempo

Mas o que sinto, é difícil de falar.

Poderia escrever milhões & milhões de páginas em prosa e verso, e como não me dou ao luxo de dominar nenhuma das duas, vai assim de qualquer jeito.

Uma pequena pausa para degustação & tão logo...

Prossigo...

Tinha idéia formada para escrever, mas passou...

Um mal, mas o que há de se fazer...

Tempo. Eis a palavra chave.

Deixemos as lamúrias para lá. E vamos ao que interessa, se é que interessa.

Um cigarro, só vai ficar faltando a música, mas meu canário já se encarregou disso.

Do princípio (me desculpem os erros).

Dias atrás, eu & o "Praga", fomos assistir um filme. Pornô latente, (talvez outra palavra se encaixaria melhor, mas fica essa mesma), & quando saímos, ficamos refletindo sobre o que tínhamos presenciado. Sexo sem emoção, animalesco, sem consciência, entre outras coisas.

Não sou a favor da moralidade, mas o amor proposto no tal filme, não tinha a menor identidade.

Pois bem, hoje, fui assistir "Inocência", tal qual o nome, é de certa forma, o filme. Ideologias à parte, um detalhe me tocou profundamente.

Tudo aquilo que se propõe romântico, sem inibições, sem sacanagens, (repito, nada a favor do moralismo), me comove.

Vendo essa sociedade desumana, sem corpo, sem emoção, ao ver esse filme, me desponta uma agonia.

Nostalgia talvez...

Mas, essa emoção sentida...

Tinha uma vontade de saborear liberdade...

Sim, liberdade engastada no peito.

O frio do cimento e asfalto, me gela o coração uma dor no peito.

Esquerda & da direita, se contorcem.

E eu sinto a vontade de ser livre.

Livre, sem opressão.

Como diria o poeta...

Abraçar a mulher amada...

Apertar a mão deste ou daquele...

Não importando a raça ou a cor...

E chamá-lo de irmão...

Companheiro!

É gozado que tudo aquilo, que eu havia pensado no caminho, aos poucos, me volta à cabeça. Sinal dos tempos.

Será que há outras pessoas que também pensam assim?

Uma outra coisa que havia pensado.

É chato procurar alguém para conversar, & não achar, mas aí, fui assistir esse filme.

Como é bonito, é impressionante. A delicadeza de certas passagens. Fato esse que há muito eu não conseguia ver em outros filmes.

Ocorreu-me agora. O que Glauber diria? Sinceramente não consigo imaginar.

Violência, é, um pouco, dentro do contexto, o rapaz a quem Inocência tinha sido prometida, despacha o amante.

Pobre amante...

Mas o fato da delicadeza...

Isso me deixou sensibilizado...

Isso não se vê, assim constantemente.

Muito pelo contrário, tudo acontece sem identidade.

Por que essa falta de identidade nas atitudes de uma pessoa?

É difícil dizer. Sou anarquista, contra qualquer tipo de sistema, mas sou romântico, É contraditório. Sim, & por que não?

Mas no filme, quebra, ou melhor me quebra.

Uma flor,

Uma borboleta,

Uma alma pura,

Converte seu amor, para um cara até então desconhecido.

Uma simplicidade.

Poderia se dizer, um feito para esmorecer a oposição. Um bálsamo para relaxar.

Não vejo assim...

Um alerta talvez...

Há caminhos que o homem pode seguir.

Lado a lado com seus inimigos.

E aproveitar de determinados instantes,

E arrebatá-los com aquilo que eles mesmos produzem.

Faz-se com que eles pensem, que estão lhe dominando, mas na verdade, estamos minando-os.

A vontade de escrever é tanta, que me impacienta.

Por isso mesmo...

Peixão89

Primeiras Falas - 1983

Peixão
Enviado por Peixão em 28/07/2009
Código do texto: T1724587
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