Companheiros

Companheiros.

Por serem da mesma raça

São dois amigos do peito

Um é sentido na fumaça

O outro nem é suspeito

Os dois nos fazem de vidraça

E nas veias fazem seu leito

Nos causam a mesma desgraça

E matam do mesmo jeito

Lentamente nos consomem

Como na marcha do preto carro

Que leva para a terra o homem

E no féretro diz uma voz com pudor.

Este se não foi vítima do cigarro.

Com certeza foi do amor.