Ausência
Eu
Sempre sólida
Sempre presente
Mal posso suportar,
nos outros,
a etérea existência,
quando ausentes
Porque o ausente,
não sendo inexistente,
tampouco existe
E aquele que,
por um instante,
carrega em si
o peso que há em mim
de repente se faz nuvem
distante
incorpórea...
Pudesse
minha própria existência
vagar no indistinto
do sonho com a realidade...
Pudesse
a existência dos outros
ser sempre presente
pr`eu não duvidar mais de minhas memórias
Talvez me desfizesse do meu baú de lembranças
Talvez não tivesse mais que colecionar tantas palavras....
Mas a vida nada nos dá,
a não ser nós mesmos
E,
dos sentimentos que um homem possa ter,
nada mais natural
que o da própria solidão