PABLO NERUDA

Soneto - XLVIII

DOIS AMANTES ditosos fazem um só pão,

uma só gota de lua na erva,

deixem andando duas sombras que se reúnem,

deixam um só sol vazio numa cama.

De todas as verdades escolheram o dia:

não se ataram com fios senão com um aroma,

e não despedaçaram a paz nem as palavras.

A ventura é uma torre transparente.

O ar, o vinho vão com os dois amantes,

a noite lhes oferta suas ditosas pétalas,

têm direito a todos os cravos.

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,

nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem,

têm da natureza a eternidade.

(Pablo Neruda)

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Outro dia escrevi um pequeno poema sobre a inveja que sinto de Matilde, a amada do poeta Pablo Neruda.

Voltei a ler Neruda e percebo que uma pequena parte dessa inveja findou.

Reli os sonetos de amor desse poeta.

Eu também te amo, Neruda. Não conta pra Matilde.

Olhei no Google a foto do meu amado com o braço sobre os ombros de Matilde e a inveja voltou a galope. Agora misturada aos ciúmes.

Quando nos encontraremos, meu amado Neruda?