DAS ASAS AZUIS DA LIBERDADE

Olhei de longe

as duas asas coloridas

presas ao galho...

balançavam ao sabor do vento

como que tocadas

por sopro divino.

Eram asas de liberdade,

presas na teia do destino.

Mas eu não tinha tempo

para libertá-las.

Precisava criar...

Precisava escrever...

mas, onde estava a poesia?

Rabiscava frases desconexas

sobre o branco do papel.

De longe, a pobre borboleta

Agonizava, presa à teia

da armadeira.

Lá estava ela,

como a pedir

que uma mão abençoada

rompesse o fio de seda

estendido em seu caminho...

Envolto em seu corpo.

Minutos se passavam...

estaria presa ali

há quantos dias?

Rompi a minha teia

de inércias...

deixei sobre o banco

o papel em branco e a caneta azul...

Caminhei lentamente

em sua direção.

Com um leve toque,

Seu frágil corpo foi liberto.

Subiu aos céus

como pluma de ave

em dia de vento forte...

Buscando o norte

que a vida lhe deu.

Estava liberta a poesia.