O Segredo do Universo

"Para onde vão

As palavras que se dissipam?

O sol quando se põe?

A chuva quanto passa?

A memória que acaba

com a energia que faltou?"

Uns olhos me fizeram chorar

E lembrar

Do quanto fui feliz

Quando sozinho...

Lembrei então

do quanto a felicidade me sorria

Quando ninguém mais acreditava

Além de mim,

Este SER confuso.

Teus olhos me fizeram crer

Que sempre haverá

Uma nova queda para aprender

Um novo sonho para acreditar

E confiei nisso

No tudo que não entendo,

Que nunca entendi,

Que talvez jamais entenda.

Entendo que a música me faz sonhar

Que os versos me modificam

Que o sol aquece

e queima

e arde.

Entendo que talvez nenhum homem se entende

Que nenhum gênio sabe o que diz

Que nem todos os abortos findam na morte.

Entendo que a vida

"só é possível se reinventada"

E entendo que só aprendi isto

Porque alguém antes aprendeu...

E, diante de tudo que vi

Que finjo saber

Que acredito ter aprendido

Sei que jamais fui

Tão real

E tão feliz

Quanto agora.

Confesso que sinto pavor

E medo

Mais o desejo

A vontade de querer

Ver além do horizonte

Me faz seguir...

Talvez jamais consiga enterder

O que escrevi

O que tentei dizer

Mas a vontade

Foi o bastante

Para que nascesse outra

Entre essas inúmeras palavras que se dissipam,

Que se perdem entre sonhos

Planos

Desejos reprimidos

Amores não nascidos

Vontades

E poemas que não nasceram...

E sol se põe

Por de trás do Rio que não navego

Das árvores que não sinto.