MODELO NO PRECIPÍCIO
Pena leve, ou breve...
A que deve a vida dizer,
A que a pena serve,
Escrever as linhas do ser?
Pena pequena, ou grande...
A que carrega a linha da vida,
Se na vida esta linha se expande
Para um dia chegar à partida.
Longe, tão longe dos dias
E das loucuras escondidas,
Mentiras inocentes e euforias
Escritas a penas sentidas.
Sinto o trejeito do sonho
Na seda do travesseiro
Quando me deito tristonho
No meu ansiar derradeiro.
Como conciliar a loucura,
Se o bem mal vive e canta?
Como concluir a procura,
Se o mal sobrevive e espanta?
Qual o modelo bonito de enxergar
Diante do precipício do mundo,
Sem olhos d’alma e asas pra voar?
Alma espreita o sacrifício de tudo.
Se vale a pena viver, agora é agora...
Vida não espera, é um trem partindo...
Vamos botar as malas para fora
Enquanto as horas vão sumindo.
WalterBRios
sábado, 3 de junho de 2006