A Dançarina Magrela
Olha a Bailarina magrela,
Ali no canto falando como tagarela
Feia, magra, dentes nem tão vistosos
Alonga as pernas, estica até os ossos.
Ninguém olha pra ela,
Parecer presa numa cela,
Olhos iguais dos criminosos
Despertam os sentimentos mais temerosos
Apaga-se a luz!
Começa o espetáculo,
Como num suspiro
Esquecem-se as rimas.
Param todos atônitos,
Olhando a dançarina mais bela.
Pés e mão numa total coordenação,
Para que olhos, se existe a dança.
Dispara como flechas do cupido:
Gran Jeté, Glissade dessous,
Plié e Ronds de jambe.
Apaixonam-se Carlos, Marios
Vinicius, Franciscos e Manoeis.
Mas aquele momento é só dela
Ninguém pode toca-lá.
Apenas ama-lá.
Acende-se a luz!
Olha pra ela coitada, tão feia.
A dançarina magrela.