Outono
Amanhece!
Começa um novo dia. Triste!
Envergonhado.
Até a chuva hesita em cair.
Fito o horizonte. Não está definido.
Os cinzas se confundem!
O Sol permanece no infinito...
O ar impregnado de lembranças,
aroma molhado,
de diversas circunstâncias
ocorridas num passado
um tudo distante...
em que o Sol sorria
e uma brisa corria no ar,
distendendo o subtil semblante
que se espraiava no mar,
anunciando ao novo dia
o seu amante.
Os flocos de algodão
que nos sobrevoam estão sujos,
de um cinza escuro,
a tormenta prenunciando,
sem se decidirem a soltar sua paixão
em lágrimas copiosas
que adubem o chão.
E então, aliviados da dor,
correrem apressados,
esbranquiçando até se desvanecerem.
E o dia se iluminar.
Lisboa, 05/12/2005