Outono

Amanhece!

Começa um novo dia. Triste!

Envergonhado.

Até a chuva hesita em cair.

Fito o horizonte. Não está definido.

Os cinzas se confundem!

O Sol permanece no infinito...

O ar impregnado de lembranças,

aroma molhado,

de diversas circunstâncias

ocorridas num passado

um tudo distante...

em que o Sol sorria

e uma brisa corria no ar,

distendendo o subtil semblante

que se espraiava no mar,

anunciando ao novo dia

o seu amante.

Os flocos de algodão

que nos sobrevoam estão sujos,

de um cinza escuro,

a tormenta prenunciando,

sem se decidirem a soltar sua paixão

em lágrimas copiosas

que adubem o chão.

E então, aliviados da dor,

correrem apressados,

esbranquiçando até se desvanecerem.

E o dia se iluminar.

Lisboa, 05/12/2005

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 14/06/2006
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