As vozes ecoavam na caixa de papelão

As vozes ecoavam na caixa de papelão,reluzindo pelas paredes, uma esfera torta de diamante, pelo horizonte, gaivotas tortas, borradas em sol.

Assim ficava imóvel, torto como um ponto, tal como uma equação esta para uma vogal, da mesma forma que a palavra é um acento, simplesmente assim. Levanta-se som a maré, em sombras assíncronas, rebate causos como peteca, enfim, um sol contra mil estrelas, a batalha pelo céu se faz por entre nuvens escuras, tragadas pela ignorância universal. Sim aquela tarde de beijos acabaram com noites em claro, talvez até em prantos a esmo, pois o tempo não permite alegorias, mentes, sim.

Não que haja arrependimento, nem ao menos há lembraças, perfeita ilusão.Hei de oferecer-lhe outro copo, minha sina! Assim sendo, brinquemos!

Bela petúnia, por que te oferecestes a esta terra, se dela so tens sede e angustia, e nestas terras, ainda tens coragem de soltar tuas sementes?Trago-lhe o brado dos trovoes que permeiam os olhos, com a esperança que um dia ocorram lagrimas não mais torrenciais.

Não me permita deixar em vão, nem me deixe ver a realidade, pois as mais belas recompensas, não podem ser tocadas. Não reconheço mais aquilo que o tempo levou, nem palavras, nem silabas.Se pudesse saber, talvez não iria querer. Esta brisa esta lustrando a poeira de diamantes tímidos.

Formatos desconexos fazem da razão a emoção, afogada em desespero, pois quais são as palavras que não despencam?seriam números mágicos?

Alguns de teus filhos querem revê-lo, outros fogem de ti. Por que não parastes com as brincadeiras de paradoxos? Acaso buscas a perfeição ou somente insistes em querer ser imperfeito?Paragrafo a parágrafo, teima a ser imortal, no entanto é tão breve que nem chegastes a nascer. Desafio-lhe a tentar perder ao menos uma vez, dessa forma será herói.

Tuas palavras acabaram a impor o silencio, aos berros , sim a noite caiu e com ela a chuva.

Bela lua, por que choras se existem tantos planetas a explorar, é triste ver-te com esta aparência, minha amante, minha armada.

Tenho tantas saudades do futuro, que ainda lembro de tantas traquinagens infantis deixavas louco o passado teu genitor.Hei de me contentar com o presente que me deras. Mesmo assim, incógnita.As vezes me pergunto, quantas vezes me questiono.Enfim, respostas não são o significado da vida.

Esta arte que esculpes, não é a mesma arte que vomitas, e da natureza nada se cria, tudo se deforma, nessa piscina de letras e minutos, turbilhão ortodoxo disforme pós-senvivel multidirecional invariavelmente adjetivada, gira, gira, gira em fuga para o centro.

É, na verdade os olhos são cenários da censura, pois tua vergonha, é teu vicio por dopamina.Simplesmente a cegueira.Mesmo dom Quixote , inspirou dom Ruan.

Meu amor, não tenha medo, se estou neste caminho é por que esqueci como voltar, quando lembrar , aviso-te em pretérito perfeito. Muito embora sei, que minha grama é mais vermelha que o do vizinho.

Quantas oxítonas já não gorfei por entre anseios e metáforas, muito embora sei que muito do sonhos se tornaram livros empoeirados de cabeceira.Tao trágico é o livre arbítrio.

Tamnil Saito Junior

17/08/2009