sob pressão

Meus santos dormem

cansados

Meus demonios

despertos

dançam

Me infernizando

Tirando meu sono

Mostrando-me o escuro!

Vagabundos!

Me prometem vagar também

Sofrer!

Eu sei

Vou bater com a cabeça

Pedir pra morrer

Até aprender a esquecer

tudo

Até me livrar

Até entender

O que é mesmo o paraíso

O inferno no paraiso!

Só assim entenderei

Um terço de terra

Engolido

por dois terços de água

Vai sobrar o que

em meu pequeno universo

Vai sobrar quem

Eu?

Para contar vantagens

Embates que nunca travei

Quem é o mais forte

E outras histórias de eternidade!

Já era!

Há uma voz

Não há mais tempo

Não como aprendeu a conhecê-lo

Não mais!

E não adianta chamar

Nem por teus anjos

Que eles já não mais te guardam!

Que chova

Faça chover

Pois que só ela

poderá livrar

esse pesadelo!

Só ela acorda

teu espírito

santo

Só ela

volta a dormir

teus demonios

Não há uma guerra

santa

Se há

não é tua!

Este sobressalto cortante

Medo!

Mesmo que só a sensação

estranha

Estar vivendo

num intestino

Gigante

Mesmo sentindo a pressão

A morte!

Sob a chuva que cai

Não há demonio que resista

Nem há lamento

A melodia é calma

Cheira a paz

Um dia de chuva

Só um dia de chuva

Um dia inteiro de chuva

E tu estará a salvo!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 18/08/2009
Reeditado em 09/06/2010
Código do texto: T1761564