sob pressão
Meus santos dormem
cansados
Meus demonios
despertos
dançam
Me infernizando
Tirando meu sono
Mostrando-me o escuro!
Vagabundos!
Me prometem vagar também
Sofrer!
Eu sei
Vou bater com a cabeça
Pedir pra morrer
Até aprender a esquecer
tudo
Até me livrar
Até entender
O que é mesmo o paraíso
O inferno no paraiso!
Só assim entenderei
Um terço de terra
Engolido
por dois terços de água
Vai sobrar o que
em meu pequeno universo
Vai sobrar quem
Eu?
Para contar vantagens
Embates que nunca travei
Quem é o mais forte
E outras histórias de eternidade!
Já era!
Há uma voz
Não há mais tempo
Não como aprendeu a conhecê-lo
Não mais!
E não adianta chamar
Nem por teus anjos
Que eles já não mais te guardam!
Que chova
Faça chover
Pois que só ela
poderá livrar
esse pesadelo!
Só ela acorda
teu espírito
santo
Só ela
volta a dormir
teus demonios
Não há uma guerra
santa
Se há
não é tua!
Este sobressalto cortante
Medo!
Mesmo que só a sensação
estranha
Estar vivendo
num intestino
Gigante
Mesmo sentindo a pressão
A morte!
Sob a chuva que cai
Não há demonio que resista
Nem há lamento
A melodia é calma
Cheira a paz
Um dia de chuva
Só um dia de chuva
Um dia inteiro de chuva
E tu estará a salvo!