Assumi-te, Poeta

Encouraçado arcabouço,

Resto de nada, sustentáculo traço,

Sem querer, faço o que ouço,

De ti, mistérios, torpe espaço.

Valho pena e tinta, enlevo o alvo,

Minúsculo broto emergido, insano,

Dispêndio de humor são e salvo,

No limiar desespero, tenaz profano.

Jangada no rumo, o caminho desconhece,

Quase entendo, jogo-me ao léu, de frente,

Prostrada a jaula e a glória presente,

Faz a obra nascer e se ejetar do ninho.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/06/2006
Reeditado em 24/08/2006
Código do texto: T176180
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