Doutor Diagnóstico

Hei, olha ali!

Em baixo, os versos a ti negados.

É soma de teus relaxos,

Uma alcova, o catre vão,

Os preceitos assaz pinchados.

Hei, olha lá!

Ao lado, a farpa ensangüentada.

Pudera! Tu és a fera,

O cume e a abnegação.

Hei, olha cá!

Contava que entenderia.

Ordem tola, um manto,

Vestígio em demasia.

Hei, cerras teus olhos!

Enxergue tua mente.

Rasgue a paz escravocrata,

Escarafunches no caldo entornado,

Meça tudo com régua de milímetro.

Vedes!

É o teu destino a emparelhar.

Arda no lume pelos séculos,

Segrede a ti, o desalinho,

O horror, a conformação,

E a podridão de tua reles existência.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/06/2006
Código do texto: T176184
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