Chega!!

Chega de viver pela metade
Não guardarei mais que a saudade
Daquele sujeito atrapalhado
Que como um cãozinho de raça
Fica perdidamente apaixonado
Por qualquer graça de alguém que passa...

Chega de tentar entender o universo
Se não posso entender as pessoas
Vou criar meus versos
Balançar na rede e viver numa boa...

As vezes a memória é só parte de uma cobiça
De não perder nada
Mas isso na verdade é preguiça
De começar uma nova jornada...

Me abstenho de tudo que não é meu
O passado - Que se deu
Por mero acaso
Por um despautério do destino

O futuro é um furo
É um grande vácuo
Implorando para ser preenchido
Com inteligência
Com sapiência
E acima de tudo
Com consciência
Que o futuro
Também será passado
Mas antes disso
Amemos muito
Erremos pouco
E vivamos um bucado

As vezes parece que ando de ré
E meu mundo desabou de um jeito
Que venho perdendo minha fé
Mas, por Deus, eu me ajeito
E quem não esteve ao meu lado
Em minha tempestade
Em minha calmaria
Deixarei que fiquem com a saudade

Chega... Chega, de fato
De viver no asfalto
Nas curvas da história
De hoje em diante
Vou viver na gloria

Meu coração simplório
Está em seu velório
E na maternidade
nasce...
Alguém com maturidade
Responsabilidade
Determinação
e
Força nos punhos
Pra desafiar o curso
das águas...
E pra enxugar as lágrimas
Essa singela enxurrada
particular
e se não for pra sofrer
Deixar algum lugar
pra amar...










Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 19/08/2009
Reeditado em 19/08/2009
Código do texto: T1761859