Criança

No exato momento,

De não esperar,

De se quer pensar

Viestes ao mundo...

Como Letícia,

Como Valéria,

Como João Paulo,

Como Ana, como tantas,

Como Marília...

Como Raquel.

Fez história nas minhas mãos,

Faz sorrir quando andas,

Quando desenhas meio desajeitada

As primeiras linhas do amor no meu coração.

És artista,

Bailando como sambista

A se equilibrar nas linhas da imaginação.

É a minha criança,

Que mesmo na dança

Teima,

Em procurar,

Numa invenção proibida,

Matar a curiosidade

Do mundo em ascensão.

Ainda que não saiba falar,

Ainda que não conheça as cores,

Ou saiba localizar a luz do luar,

Já sabe, porém, chantagiar.

No entanto, a pesar dos pesares,

Na sua inocência,

Poetisa ou poeta da arte,

Sabe bem rir e amar.

Um dia a gente chega,

No outro ele cresce e vai embora

Deixando essa saudade

Pra gente lembrar.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 19/08/2009
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