Criança
No exato momento,
De não esperar,
De se quer pensar
Viestes ao mundo...
Como Letícia,
Como Valéria,
Como João Paulo,
Como Ana, como tantas,
Como Marília...
Como Raquel.
Fez história nas minhas mãos,
Faz sorrir quando andas,
Quando desenhas meio desajeitada
As primeiras linhas do amor no meu coração.
És artista,
Bailando como sambista
A se equilibrar nas linhas da imaginação.
É a minha criança,
Que mesmo na dança
Teima,
Em procurar,
Numa invenção proibida,
Matar a curiosidade
Do mundo em ascensão.
Ainda que não saiba falar,
Ainda que não conheça as cores,
Ou saiba localizar a luz do luar,
Já sabe, porém, chantagiar.
No entanto, a pesar dos pesares,
Na sua inocência,
Poetisa ou poeta da arte,
Sabe bem rir e amar.
Um dia a gente chega,
No outro ele cresce e vai embora
Deixando essa saudade
Pra gente lembrar.