PAINEIRA DE AGOSTO

... Enquanto isso,

Vou caminhando pela casa,

Batendo os braços

Nos objetos da sala,

Queimando a boca no alimento quente,

Tropeçando em uma caixa velha no jardim.

Já pensei em morrer...

Morrer ao lado de um pequeno braço de rio,

Sobre uma verde grama,

Sob a sombra de uma paineira exageradamente florida.

Mas,em agosto não há flores.

Rio de mim!

... Esperarei suas cores.

O tronco espinhoso não deixa que ninguém o abrace.

Não precisa,

Pois, as flores sempre caem.

Assim, ornarei meus cabelos

E verei o rio levando as flores que se vão despetalando,

Soltando as mãos...

E verei a grama arroxeando,

Assim como meus lábios

E as pontas dos meus dedos.

É agosto!

E lento, vai passando.

Já não sei de nada fora de ti...

Fora desse mundo em mim.