Como louco

Como louco

Loucura de sentir,

te sentir,

sentir...

e num desejo insano por sentir

eclode, implode.

Conversa apertada

entre paredes invisíveis

e ao mesmo tempo

indivisíveis , intransponíveis.

Dor cortada e desejada

com a mesma força

do movimento em direção a ela.

Vento que vai

de brisa a tempestade

e num piscar de olhos

... invade!

Sabor rascante de vinho doce.

Laranja doce com azedume de acerola,

som maleável de viola...

enrola,

rola...

se enrola e

me enrola.

Dúvida, incerteza e medo

brincando de viver.

Brincando de querer!

Simone Carneiro

Publicado no Recanto das Letras em 12/06/2006