Cadê a poesia?

Tão mais simples é valsar,

Tão mais bonito é contemplar sem saudades o infinito.

Cadê a poesia que estava nas minhas mãos?

Cadê os versos que eu desenhei enquanto valsava?

Lambi cada palavra para sentir seu sabor,

Apalpei cada verso para entender seu sentir;

Mas onde está a poesia que cabia na minha boca?

Onde está a melodia que acalmou meus sentidos?

Tão mais simples seria rabiscar no vento

Cada ensaio do meu pensamento,

E deixar que se juntassem em harmonia

Onde houvessem ouvidos de ouvir,

Sensibilidade de sentir.

Tão mais bonito seria dedilhar silêncios cantantes,

Que musicassem ao sabor do entendimento casual

Sem compromissos de forma, som ou melodia.

Mas em que página ficaram as palavras?

Em que hora se foi a inspiração?

Não me basta o olhar perdido,

O coração aos pulos, nem a alma em transe.

Não me valem papéis, teclas e tinta de tantas cores

Se não se acham palavras e às pontas dos dedos.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 16/06/2006
Código do texto: T176891
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.