Ao desconserto do mundo...

Miro as ruas da minha cidade

E fico a me perguntar:

Será que tenho ainda idade

Para viver sem importunar?

Os jovens são tão diferentes!

Uns correm tanto,

Trabalham em tantas frentes.

Outros recostam-se num canto.

Há aqueles que se apoiam

Nos ombros cansados do pai

Outros apenas boiam

No rio da vida que vai.

Depois de viver tanto tempo

Na janela, avenida e quintal,

Penso que tal desconserto

É algo deveras proposital.