“Bomba Desnuclear”

Sem começo, esta estrada da vida,

Também sem fim.

Todas as ostras já fizeram o mar.

Todas as aves já desenharam o ar.

Todas as cores já se fizeram de luz.

Um verbo vibra na boca. Todo o mistério já ruiu.

O que se acha são, gentes e corações perdidos.

Todos os livros se escreveram assim.

Se não há segredo nem resposta, porquê a inflexão

Da pergunta?

Não se acha mais que Nós. E os nós de uma corda invísivel,

Que só se sente nas noites desertas.

Talvez a bomba “desnuclear” responda.

É preciso inventá-la primeiro. Talvez um sentimento,Talvez um poeta.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 17/06/2006
Código do texto: T177314