Rosa Aprisionada

Por de trás desta água estão meus embebidos olhos,

Vertidos em consternação e nuvens de agonia,

Como duas chamas incendiadas onde se tinha alegria.

Um lírio que não tem raízes neste mundo,

Uma fada dada ao próprio azar e direção do vento

Cabisbaixo, um homem, que sou eu a desalento.

Seus pés perfeitos e cravados na outra margem

Não transcenderam os barrancos recompensadores,

E eu aqui, do outro lado: um imã que atraí todas as dores.

Ah! Princesa dos dias meus, tem uma rosa aprisionada;

Carrego-a, trancafiada sob a triste couraça da alma

E mesmo longe, distante, será sempre minha bem-amada!

Ferdinando Rodrigues
Enviado por Ferdinando Rodrigues em 25/08/2009
Código do texto: T1773723
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