No ocaso, por acaso o desejo...(rep.)

Por sobre meu corpo,

Diviso um horizonte boreal.

Um reflexo violáceo em meu ventre

E no meu colo, fremente luz.

Inspiro, expiro...

Suspiro indagador.

Ah! ocaso do desejo,

Clarões eternais.

É vermelho o entardecer.

Umidade preguiçosa, langue,

Aroma.

Vaga do mar a molhar seus dedos,

Alcatrão.

Brisa inquieta das noites,

E quantas noites!

Vício... Vertigens.

Traço as linhas da próxima viagem.

Na fonte de águas sensuais

Eu quero sempre beber mais!

Bruma que me cerra os olhos,

Modula minha cintura.

Que tua ausência, amor,

Não sombreie minha alma nua,

E que não me tatue agudas ânsias.

Pois, eu amo! Eu ardo!

Sê ousado e toma o doce licor.

Pois sei...

Que há no delírio, a cura.

Na ousadia, a jura

De um amor em águas puras.