Semente da Vida

Vejo o espírito sublime

nesse corpo enclausurado,

reflectindo o Universo

na Via Láctea submerso

entre as estrelas deitado.

Tendo os astros por padrinhos

semente do cosmos fostes

e nesta Terra lançada,

consciência despertada

alimento para as hostes.

Corpos que se digladiam

sem proveito, sem razão,

mostram falta de respeito

estragando tudo a eito,

o belo da Criação.

E vós, rainha sem trono,

és Gaia, deusa encontrada,

da Natureza és o esteio

aos homens dás o teu seio

e vês-te assim desonrada.

Ripostas com teu amor,

mãe da vida que floresce,

pois tua nobre missão

desabrocha o coração,

é paz que no mundo cresce.

Ser terrestre mas divino,

de matéria ou energia,

transporta em si o poder

de quando quiser o ser

Universo, noite e dia.

E tantos que te adoram...

te seguem, qual meteorito

rasgando de branco os céus,

vão atrás de sonhos seus,

perseguindo o infinito.

Sintra, 21/05/2006

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 18/06/2006
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