Janelas abertas
Eu via o sol que brilhava;
Os meninos que brincavam;
O vento que balançava cada árvore do meu quintal.;
Via as montanhas que me convidavam ao desafio.
Via passar nas ruas pessoas estranhas e conhecidas;
Eu via tristeza;
Via a legria;
Vidas que iam e voltavam não se sabe de onde.
Quantas vezes quis participar;
Ver era pouco para mim;
Quantas vezes quis ouvir;
Mas o silêncio habitava aqui dentro.
Muitas vezes chorei com vontade de brincar;
Solucei até dormir cansado pelo choro;
Muitas vezes entristeci;
Mas não deixei de sonhar.
Outras vezes não olhei, não queria chorar;
Outras vezes não quis escutar as brincadeiras alegres lá fora;
Mas todas as vezes sempre quis as janelas abertas;
Mas elas sempre fechadas, me fechavam em seu mundo.
Mas não fiquei refém das janelas que me separavam do mundo;
Um dia entendi que precisava abri-las;
Tomada a decisão fui ao seu encontro;
Ao abri-las, todos os sons, todas as cores, todos os sonhos, foram encontrados por mim tão perto, apesar de sempre imaginá-los tão longe.