Espelho das Águas

Águas claras azuis verdes

Translúcidas em pura vibração

Vejo-me nesse espelho

Desta vereda que carrega o tempo

Destino da ilusão implacável

Que nasce vence nem sei.

Águas que desarrumam emoções

Chamam lágrimas de dentro

Segredos e lembranças do ontem

Daquelas tardes vazias de então

De amores de esconde-esconde

Nas quais se escondia o sol.

Agora quero outros versos

Fantasias que inflamem

Dobras e fibras novas

Voltas rubras de coragem

De matizes douradas

Envoltas no espelho das águas.

Quero perfumes desse sítio

Murmúrios e fragilidades

De meus abraços teus braços

Ninhos ardentes em estradas

Doces canções vivas

Oferecidas nesse entardecer.

Iára Pacini