Desígnio
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A poesia está em minha vida
Sem fronteiras de tempo
De espaço...
É tão somente um ponto de partida
Uma luz que resgata
Um tempo longínquo
Interrompendo o curso natural da história.
Assim,
Percorro versos, linhas inteiras
No silêncio
Nessa inevitável ausência de ruídos, de vozes
Nessa ilimitada incerteza
Que se perde definitivamente
Em algum recanto
Desse percurso reflexivo.
A palavra em sua essência
Nutre o desejo de simplicidade que persigo
Tocante, mas não tocável...
Como se o grito narrador
Ecoasse por todos os sentidos
Entrecortando a narrativa
Quebrando ritmos, em lampejos
Tecendo versos sem rima
Caindo no vazio
Seguido, enfim, de silêncio.
É nessa eterna procura
Que finalmente encontro
A voz que se revela pelas linhas
A voz que se coloca diante de seu próprio desígnio
A palavra
Indefinida
Etérea.