Medo que Enterra
Você a pelar-se de medo
Delgado e ausente
É o ermo não vivente
Espreitadela e dedo.
Digo que se assusta
Passa horas se ajeitando
Na calça não bem justa
Nem morninha, nem queimando.
A carapuça enfeita e tapa
Há vertigem sem vergonha
Abrasa o tacho, aflora a rapa
E a crendice caquética, medonha.
Bitolas, pinos e dormentes seus
Desajustam-se, insensíveis
Galhofando quase invisíveis
Trazem úvula e dentes meus.
O martírio do frouxo e tredo
O medo de ter cedo, o medo.