Medo que Enterra

Você a pelar-se de medo

Delgado e ausente

É o ermo não vivente

Espreitadela e dedo.

Digo que se assusta

Passa horas se ajeitando

Na calça não bem justa

Nem morninha, nem queimando.

A carapuça enfeita e tapa

Há vertigem sem vergonha

Abrasa o tacho, aflora a rapa

E a crendice caquética, medonha.

Bitolas, pinos e dormentes seus

Desajustam-se, insensíveis

Galhofando quase invisíveis

Trazem úvula e dentes meus.

O martírio do frouxo e tredo

O medo de ter cedo, o medo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 19/06/2006
Reeditado em 24/08/2006
Código do texto: T178497
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