LACUNAS
Percebi a ausência como fonte de tristeza
A presença oculta nas vozes de um vento
Mostram em expiação de um sentimento
Que deve ser exaurido, rápido e com certeza
A impropriedade justifica-se sem muito argumento
É insano sentir, tal qual nadar contra a correnteza
Nada posso construir, nem dele tirar provento
A lacuna deixada exercita minha destreza
Outras praias conhecer, outras vozes ouvir
Sem ter por perto, o guardião a proteger
Será nova meta, diferente caminho a seguir
Caminhar solita e uma alma louca a bramir
Segura o lápis, o verso do peito a escorrer
Como sangue poético do meu profundo sentir
Denise