Mera Criatura de Deus

Alvorada de um quase epílogo primaveril,

onde vibram acordes musicais,

em algazarras

dos sons agudos e intermitentes das cigarras

desencantadas pelo sol, em céu azul como o anil.

Na contracena, grilam mil guinés!

em concerto sincronizado e contagiante,

marchando cadenciados e suavemente, adiante

a perfilarem-se no aguardar sobras de canapés.

Permitam-me, ó cigarras e guinés!

que a vós junte eu os meus passos,

Que a cada vossa pegada sigam os meus pés.

Que o meu gritar seja eterno como os seus

E, em lugar da retidão,

circular como o compasso

E mais que filho, ser mera criatura de Deus...