À beleza

Deusa maior de encanto tão supremo

imensurável...mágica cortesã

estrela do hoje que se apaga amanhã

Ó beleza,em teus mares louco eu remo!

És o raio do céu e a estrela diurna

que principia a vida com beijos ao acaso

porem queres sempre partir neste azo

que autentica o invólucro em que te enfurnas

Tens a face da própria juventude

com promessas de desejos eternais

porem rapida como sonhos te esvais

deixando rugas e saudade amiúde

Sem falar nas flores...sim és flor pura

que lança no verão o perfume do amor

pétalas em volúpia sem pudor

abertas para a libélula impura

Deusa,inigualavel deusa finda

dai-me de beber em tua alva fonte

à tua espera estarei no horizonte

a sorver em goles tempestades lindas

mas por que vais embora e assim castigas

este que sempre foi teu servo fiel

que nunca profanou teu nome de mel

cuidou de ti como a mais íntima amiga...

Flor,Por que murchas,por que tão tristonha

diante dos meus pobres acabados olhos

deixando só tétricos escolhos

em minha face outrora tão risonha

É...chega a noite em minha existencia

leva o sol,o desejo e a virtude

de que me vale a branca tez que alude

a conhecimento e decadencia?

Deusa maior de encantos e certezas

imensurável,mágica cortesã

estrela do hoje que se apaga amanhã

em teus mares louco eu remo,ó beleza!

Tito Livio Lisboa
Enviado por Tito Livio Lisboa em 02/09/2009
Código do texto: T1788940